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Mostrando postagens de 2014

A abolição do Homem. C.S. Lewis. - Aforismos extraídos do livro.

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“O ceticismo em relação aos valores é apenas superficial, sendo válido apenas para valores alheios; eles não são muito céticos em relação aos valores correntes em seus próprios meios. E esse fenômeno é bastante comum. Muitos dos que ‘desmascaram’ os valores tradicionais ou (como eles dizem) ‘sentimentais’ têm no fundo valores próprios , que crêem imunes a desmascaramentos semelhantes. Alegam estar cortando pela raiz o crescimento parasitário da emoção, da autoridade religiosa, de tabus herdados, para que os valores ‘verdadeiros’ ou ‘autênticos’ possam emergir”. P.  27. “Eu preferiria jogar cartas contra um homem que fosse inteiramente cético em relação à ética, mas que tivesse sido criado para acreditar que ‘um cavalheiro não trapaceia’, do que contra um irrepreensível filósofo moral que tenha crescido entre vigaristas”. P.22. “Produzimos homens sem peito e esperamos deles virtude e iniciativa. Caçoamos da honra e nos chocamos ao encontrar traidores entre nós. Cast

Ascetismo

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O caminhante sobre o mar de névoas - Caspar David Friedrich. Nos recessos de um coração solitário, Há um silêncio glacial. Por isso, Cobrir-se com o manto da prudência e da justiça, É salutar.

O conto da Estrela do Oeste

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A um castelo o levarei Havia um "castelo do mar", assim era chamado pelos viajantes que o avistavam. Há muito tempo ele tinha sido construído na beira de uma falésia. Brancas eram as suas muralhas, azul escuro era o seu imenso portão de madeira. Suas torres majestosas, ao anoitecer, eram iluminadas pelo brilho febril de inúmeros archotes. Visto de longe, o Castelo na Falésia do Oeste,  era tido como o reduto de homens de bem, de cavaleiros honrados. Nesse castelo, reinava o rei Sadoc, Mestre da Casa do Cruzeiro Ocidental. Sua esposa, a bondosa rainha Helga, descendia da Casa dos Cervos do Bosque do Norte do Mundo. Um sonho Arte de John Bauer. É contado que, numa noite outonal, a rainha Helga sonhou com um grande alce andando vagarosamente por uma floresta de pinheiros. No sonho, o alce trazia uma menina de cabelos prateados e vestindo um vestido branco, montado sobre o seu lombo. A menina disse-lhe no sonho: “Do teu ventre nascerá uma luz de poder. Seu

A Cavalaria e suas origens históricas: um breve ensaio.

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Entre o Sagrado e o Profano Imagem extraída do livro "A queda de Artur", do escritor J.R.R. Tolkien. Etimologicamente, o termo cavalaria com os seus subseqüentes sentidos – entre eles, a designação de guerreiros montados a cavalo –, tem na sua origem semântica duas tradições: a tradição latina que denominava de milites os soldados, ainda sem distinção entre cavaleiros e infantes; enquanto que a tradição românica denominará de chevaliers . Com o passar do tempo, o termo milites passará por uma transformação, assumindo, no período medieval, a conotação de um ofício militar e de ordem, claramente influenciado pela cultura monacal. No entanto, somente no fim do séc. XI, o termo milites irá assumir um pleno significado. Sendo assim, nota-se que o termo não mais estará agregado aos soldados que combatem à pé (infantaria ou pedites ), revelando a  crescente supremacia e valorização da cavalaria enquanto força militar entre os séculos XI e XIV. No livro A Socied

Dostoiévski e o "ser original".

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“A falta de originalidade existe em toda parte, em todo o mundo, desde que o mundo é mundo sempre foi considerada a primeira qualidade e a melhor recomendação do homem de ação, de ação e prático, e pelo menos noventa e nove de cada cem pessoas (ao menos mesmo) sempre sustentavam essas ideias e só uma em cada cem via sempre e continua a ver a coisa de modo diferente. Os inventores e os gênios, no início da sua trajetória (e muito amiúde também no final), não eram vistos quase sempre pela sociedade senão como imbecis.” Fiódor Dostoiévski, O Idiota. “De fato, não existe nada mais deplorável do que, por exemplo, se rico, de boa família, de boa aparência, de instrução regular, não tolo, até bom, e ao mesmo tempo não ter nenhum talento, nenhuma peculiaridade, inclusive nenhuma esquisitice, nenhuma ideia própria, ser terminantemente ‘como todo mundo’ (...) No mundo existe uma infinidade extraordinária de pessoas assim e até bem mais do que parece; como todas as pessoas, elas

A abolição do Homem (ou, Humano, demasiado humano)

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“O indivíduo é a única realidade. Quanto mais nos afastamos dele para nos aproximarmos de ideias abstratas sobre o homo sapiens , mais probabilidades temos de erro.” Carl Gustav Jung, O homem e seus símbolos. “ 179 . Pensamentos – Pensamentos são as sombras dos nossos sentimentos – sempre mais obscuros, mais vazios, mais simples do que estes.” Friedrich Nietzsche , A Gaia Ciência. “Toda ciência, tomada isoladamente, não significa senão um fragmento do universal movimento rumo ao conhecimento.” Marc Bloch, Apologia da  História. “Porque nós usamos tantos números para tudo, temos a tendência de pensar todos os processos como se fossem necessariamente como a série numérica, em que cada passo, por toda a eternidade, é do mesmo tipo que o passo anterior.” C.S. Lewis, A Abolição do homem. Nossos pensamentos irradiam um brilho cósmico. São como estrelas, corpos celestes, há muito tempo inexistentes, e o que pensamos ver como sendo uma estrela brilhando em sua plen

Poesia

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“Um navio saiu à procura de uma tempestade. Naufragou, Entre águas revoltas.”   Thiago Cunha. “Uma gaiola saiu à procura de um pássaro.” Franz Kafka

Um conto (A vida tem dessas).

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O Tuco Lucas Albuquerque, ou melhor dizendo, “Garrincha”, como era chamado pelos amigos nas peladas de fim de semana, ia andando até o carro no estacionamento do escritório de advocacia, onde trabalhava. Sexta-feira, Lucas tinha acabado de passar o ponto, quando escutou um bip de mensagem no celular. Estava escrito no whatsapp: O Tuco morreu hoje à tardinha. Avisa a galera mais distante, cara; até o velório, tchau . A mensagem era do Diogo, amigo da época da escola e vizinho do Lucas desde a infância. Então, Lucas abriu o carro e entrou, pensou um pouco, lembrou do imenso engarrafamento que teria que enfrentar do Bairro do Renascença até o cemitério onde estava ocorrendo  o velório, no outro lado da cidade, e disse: “Vou ligar pra esse pateta”. Ligou para o Diogo. - Fala, cara... – Diogo não falava nada, parecia estar emocionado. - Esse bebum do Tuco. Morreu de cirrose, né? – falou Lucas, também emocionado. - Não, cara, a mulher dele me falou que ele morreu no banheiro.

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte XVI - Fim

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  Factum abiit, monumenta manent ( O fato feito passa, os monumentos permanecem) Quando Amadeu, o bobo da corte do Reino de Árvore e Folha terminou de contar a narrativa fantástica de Guilherme, o Príncipe Negro, o jovem e inquieto Miguel II, foi logo indagando-o: - Mas o que aconteceu com Frederico? Ele não tinha herdado os saberes mágicos do pai? Como pode um rei tão poderoso, como foi Guilherme, ter perdido essa batalha? - Ha! Meu nobre senhor, isso é algo que eu ainda gostaria de lhe contar, com todo o prazer. O fato é que o Príncipe Negro não morreu naquela batalha no Vale dos Espinhos. Não como nós estamos fartos de saber que os comuns tombam em combate... O seu corpo virou uma fogueira viva ao ser trespassado pela lâmina do Conde Gusmão. Diz o relato dos combatentes que estavam na hora da morte do Soberano dos Bruxos, que ao tombar em luta, seu corpo foi consumido em chamas mágicas, e depois virou um negro pó, portanto, ele nunca foi derrotado, apenas abandonou