Notas sobre política.
“ Drink all day, ‘cos
the country’s at war”. Kingdom of doom, da banda, The Good, the Bad and the Queen.
Dir-se-ia que, o bom selvagem, tal qual
concebido por Rousseau, já nasceu de uma candidez e honestidade que muito se
assemelha aos membros no Congresso
Nacional desse nosso imenso Brasil, tão atrasado e burocrático.
Por esses tempos em que eu escrevo, sob os auspícios
do fim de ano, com o Natal já quase que deflagrado e o Ano Novo chegando a passos largos, há no nosso Brasil uma tensão no cenário político. Isto é, a ameaça
de impeachment sobre a Presidente da
República tem se tornado uma realidade cada vez mais concreta. Talvez nem nos
piores pesadelos, Dilma Rousseff tenha concebido um presente de fim de ano tão “agradável”, por assim dizer.
Então vem o questionamento, sendo iniciado tal
processo eminentemente político, quem irá julgá-la por crimes de
responsabilidade cometidos durante seu mandato? Ora, essa pergunta, com seu
teor de retórica, pode ser respondida de modo simples e incisivo; isto é, pelo nosso majestoso e ilibado Congresso Nacional ou, melhor dito, pelo Senado Federal,
sob a égide do Presidente de nossa Suprema Corte – esses paladinos quixotescos
de um país tão fantástico quanto o Macondo de Garcia Marquez.
Todavia, como nada é tão simples, ainda mais no
tocante às questões políticas, infere-se que estamos num jogo de cartas
marcadas, em que a oposição, a duras penas, talvez consiga a cabeça de Dilma
Rousseff, mas as custas da bancarrota de um país que, hodiernamente, não se
encontra em condições melhores.
Não há inocentes aqui.
Os demandantes do processo de impeachment, por assim dizer, possuem
uma reputação tão ilibada quanto a da ré em questão. Utilizando uma frase de Friedrich Wilhelm Nietzsche, como nos consolar, a nós, assassinos entre os
assassinos? Ah minha terra brasilis,
eu vejo com ceticismo essa oposição ao governo, pois, o preço que eles irão
pagar por sua vitória será auferido a um preço tão alto.
Nada que não seja sanado por um pouco de
alienação e embriaguez do intelecto. Nesses dias recorrentes, em que vivemos angustiados,
como já cantava Humberto Gessinger, “num país sedento, um momento de embriaguez”, vejamos as notícias dos meios midiáticos de um modo mais crítico, mantenhamos a
autonomia do nosso pensamento... pois a imprensa, nessa tese que já se tornou
tão banal, vive por eleger inimigos públicos para que o povo destile seu ódio
em alvos predeterminados.
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