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Mostrando postagens de junho, 2014

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte V

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Na Terra dos Gigantes de Gelo É dito que Guilherme, o rei melancólico, partiu até o ermo leste. Vagou por tavernas lúgubres, encontrou e enfrentou bravamente bandos de salteadores na estrada. Atravessou rios de correntezas rápidas e mortais. Conheceu senhorios distantes do seu domínio. Oculto por debaixo do seu manto marrom e puído, ele andou como um cavaleiro monge, relembrando os seus tempos na Ordem dos Clérigos da Espada, sempre cavalgando o seu cavalo Spartacus por terras inóspitas, sempre marchando obstinadamente rumo ao seu destino: resgatar a princesa aprisionada na  Terra dos Gigantes de Gelo. Então, quando já havia chegado as imediações do gélido território dos gigantes, o cavaleiro monge tirou o seu manto que ocultava sua identidade, e continuou a cavalgar. Para trás, junto com a capa, ele tinha deixado o seu anonimato. Agora, ao combate seu espírito se voltava fervorosamente para o imenso deserto de neve que se projetava na sua frente, estendendo tempestade

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte IV

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O coração das trevas Em uma floresta de fama hedionda, onde os homens mais corajosos de todos os reinos não ousam pisar. Numa clareira sob o luar. Em volta de árvores soturnas, sob o véu noturno. Invocações nefastas são proferidas, e lamentos ancestrais são gritados por vozes guturais. Corujas empoleiradas em árvores secas e retorcidas, chacais e tantas outras criaturas hediondas ouvem os cânticos macabros da feiticeira. A morte caminha depressa: Mais rápida, mais alta, mais forte. Os sinos tocam em catedrais adormecidas, Uma escuridão tumular se deita sobre a linha do horizonte. Sem compaixão, sem misericórdia: Vem a miséria a galope. Assim é a existência dos homens: Cheias de dor, tirania, vilania, sempre à espera de seu algoz. Pois estes são os seus fardos. O tempo escoa através da areia na ampulheta: O tempo é voraz, implacável, mordaz. Existências à deriva pelos tormentos do universo, Destinadas à perecer: Ao amanhecer jaz a sua fortuna. Le

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte III

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A guerra É dito que no outono, logo após a partida do rei, uma tempestade de neve assolou todo o reino. Junto com a nevasca, vieram alcatéias de lobos, hordas de bárbaros das montanhas ao sul do reino. Aldeias e vilarejos foram infestados por hostes inimigas invocadas pela magia da feiticeira da Floresta dos Trolls. Foi por essa época, que a rainha Helena mostrou sua coragem e sensatez, ante o avanço impetuoso das hordas invasoras do reino. Helena convocou um conselho com os nobres vassalos mais fieis ao rei ausente, e orientada pelo mestre na tradição Seth, comandou um contra-ataque efetivo contra os inimigos que vinham, até então, impelindo as tropas do rei. Foram tempos frios e cheios de morte, àquele ano após a partida do rei Hesdra. Até que no final as hostes foram rechaçadas para longe. Um dia, a rainha olha para a sua criança, o pequeno Guilherme. Percebe que era chegada à hora de enviá-lo para o mosteiro da Ordem dos Clérigos da Espada, pois, somente ali o jovem prín

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte II

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As angústias do rei sobre a colina Havia um rei de nome Hesdra, o Urso Cinzento. Ele vivia num castelo no topo da Colina dos Bruxos, em terras ermas do Vale dos Espinhos. Era estimado e temido pelos seus vassalos, assim com também, era implacável e cruel com seus inimigos. Era um homem de elevada estatura e porte hercúleo. Sua cabeleira densa e negra, era crespa como os espinhos, e sua barba frondosa caía sobre seu peito. Tinha olhos penetrantes e acinzentados como uma noite banhada sob o luar. Exímio guerreiro, manejava com maestria sua espada longa, forjada no raro aço de rubi. Conhecido por sua temperança, era sábio nos seus dizeres, austero em suas decisões. A espada forjada no raro aço de rubi . Ainda durante sua juventude, conquistou um imenso território, tendo os seus feitos cantados por todos os bardos dos reinos conhecidos. Entretanto, o rei sobre a Colina dos Bruxos, carregava um fardo secreto. Grande era a sua fama, fatigante era sua angústia. Longe d

Aforismos do universo do professor Tolkien.

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“Três Anéis para os Reis-Elfos sob este céu, Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores, Nove para Homens Mortais, fadados ao eterno sono, Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono Na Terra de Mordor onde as sombras se deitam. Um Anel para a todos governar. Um Anel para encontrá-los, Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisoná-los Na Terra de Mordor onde as sombras se deitam.” “O reino encantado não pode ser captado por uma rede de palavras; pois uma de suas qualidades é ser indescritível, porém não imperceptível.” Sobre contos de fadas. “ – Muitos são os estranhos acasos do mundo – disse Mithrandir – e, quando os Sábios tropeçam, a ajuda costuma vir das mãos dos mais fracos.” O Silmarillion, Dos anéis de poder e da terceira era. “ – Meu destino, ó Rei, me trouxe aqui através de perigos tais como poucos da raça élfica enfrentariam. E aqui descobri o que de fato não procurava, mas, ao encontrar, quis possuir para sempre as pedra

A Saga de Guilherme, O Príncipe Negro.

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Sobre como essa história chegou até mim Esse é um relato que nos é familiar. É da natureza das velhas histórias contadas pelos sábios de todos os reinos do mundo conhecido. É uma narrativa sobre os acontecimentos de tempos ancestrais, mas que agora estão legados apenas aos corroídos pergaminhos existentes nos mosteiros da ordem de São Tarquínio, o Condestável. Como uma história tão singular chegou até os ouvidos de Amadeu, o bobo da corte do Reino de Árvore e Folha, eu não saberei explicar. O mundo em que certo dia deparamo-nos, quando procuramos entendê-lo em sua plenitude, é na verdade uma sucessão de fatos obscuros e de mal-entendidos. Matemáticos, alquimistas e tantos outros mestres na tradição já tentaram compreender ou decifrar as leis que regem esse universo caótico. Portanto, não serei capaz de abarcar todos os conhecimentos do mundo para relatar ao leitor os rumos dessa vida, esses rumos capazes de explicar como a Saga de Guilherme, o Príncipe Negro foi apresentada

O oceano no fim do caminho

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“Eu não tinha morado naquele lugar por muito tempo. Não parecia fazer parte do que eu era agora.” Pág.12 “Eu faço arte, às vezes arte verdadeira, e às vezes isso preenche os espaços vazios da minha existência. Alguns. Nem todos.” Pág.12 “Eu já estivera ali, não muito estivera, muito tempo atrás? Tinha certeza que sim. As memórias de infância às vezes são encobertas e obscurecidas pelo que vem depois, como brinquedos antigos esquecidos no fundo do armário abarrotado de um adulto, mas nunca se perdem por completo.” Pág.14 “Quando envelhecemos, ficamos iguais aos nossos pais; viva o suficiente e verá os rostos se repetirem com o tempo.” Pág.14 “Estava triste por ninguém ter ido à minha festa, mas feliz por ganhar um boneco de plástico azul do Batman. Estava triste por ninguém ter ido à minha festa, mas feliz por ganhar um boneco do Batman, e ainda havia um presente de aniversário esperando para ser lido: a coleção completa de As crônicas de Nárnia, que levei para