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Velho

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  Lembro-me da sua caminhonete cor vinho, escrito “chevrolet” na parte de trás. Meu avô e esse carro eram meio que figuras indissociáveis, algo que marcou minha memória no final dos anos 90. Ele tinha o hábito de lavar o carro todo domingo. Costumava estacioná-lo em cima da calçada lá de casa, e passava a limpar a sua “D20”. A lembrança que ficou é a do seu hábito de dobrar as pontas da calça, de modo a deixar os seus calcanhares longos e magros expostos, no estilo cômico de “pega marreco”; enquanto dobrava os punhos de sua camisa de tecido, manga longa. Esse era o cuidado que o velho tinha para que não molhasse a roupa, afinal, depois disso ele teria outros afazeres. A estória do meu avô com esse carro me ajuda a tentar entender, ou mesmo recordar como era a sua vida naquela época. Quando eu passei a ter consciência dos fatos ao meu redor – e aqui escrevo com base em supostas lembranças de um eu de 6 ou 7 anos de idade –, o cenário em que eu via meu avô era o de decadência, uma cert

No jardim do meu coração

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  Para ti eu plantei uma flor, No jardim do meu coração, Nos dias de sol, ela resplandece em vivacidade e brilho, Sua cor avermelhada aviva o meu coração, afaga a minha alma, Nos dias nublados, ela se retrai, então, eu cuido ainda mais dela, Ponho-a num solo novo, rego-a com água nova, amo-a ainda mais, Pois no jardim do meu coração, eu plantei uma flor, Vermelha.