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Nota sobre a saudade.

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“ Vai minha tristeza, e diz a ela que sem ela não pode ser. Diz-lhe numa prece, que ela regresse, porque eu não posso mais sofrer” Chega de saudade , de João Gilberto. Retrato do dr. Gachet, de Vicent Van Gogh. A saudade pode ser definida como um apego às permanências, uma pintura do passado que muitas vezes aparece tal qual um borrão, mas que, em contrapartida, pode ser tão nítida e real tal qual um vídeo que é reproduzido em loop pela nossa memória. Contudo, o cerne da saudade é, como fora dito, a permanência, é um apego ao imutável. O indivíduo que se encontra assolado por esse sentimento sente que, a experiência que outrora vivenciou foi boa, foi tão gostosa e agradável – como, p. ex.: uma lembrança de receber um afago do avô falecido – , que se ele pudesse estendê-la ad infinitum seria um bálsamo para a sua alma saudosista. Conquanto a saudade seja louvada em versos pelos poetas, em músicas, obras literárias e artísticas nas suas mais diversificadas formas de expres