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Mostrando postagens de julho, 2014

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte XIII

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Dies Irae Após o réquiem do nobre Marechal Tito Lívio, uma carta selada foi trazida do mosteiro dos Clérigos da Espada, para que fosse entregue ao rei Guilherme por meio de um mensageiro monge. O conteúdo da carga consistia numa sanção espiritual redigida pelo sucessor de Tarquínio, o Condestável, no qual as atrocidades cometidas pelo rei Guilherme eram expressamente condenadas pela ordem clerical. Como medida de punição, o Rei Negro foi desligado da ordem de monges guerreiros, onde em tempos passados, tinha tido toda a sua formação em letras e armas. Entre tantas outras represálias, o sucessor de Tarquínio, um cavaleiro monge chamado de Miguel Terra, acusava o rei de praticar artes nefastas, magias profanas, contra a cristandade. Tendo respondido de modo seco e cortante, Guilherme externou sua mágoa contra os monges guerreiros, alegando que estes nunca o ajudaram em tempos de guerra, assim como acusou tacitamente a ordem de Tarquínio, de heresia e entre tantos outros pecados

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte XII

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O Rei dos Bruxos Uma redoma de perversidade havia aprisionado Guilherme, o Rei Negro, logo após o incidente ocorrido no covil da Feiticeira da Floresta dos Trolls. Agora, o monarca perambulava pelo salão do reino vestindo um roupão negro e, falando consigo mesmo. O seu interesse devotava-o ao ocultismo e astrologia, há muito tempo vinha assustando os seus mais fieis vassalos, pois, comentários macabros e ditos com um temor descomedido, transitavam em torno da figura do Rei sobre a Colina dos Bruxos. Um terror surdo pairava sobre as mentes supersticiosas dos camponeses e aldeões. A Batalha contra as Tribos Bárbaras do Sul, tinha causado uma tremenda má-fama à figura do taciturno Guilherme. Pela Corte do Rei, boatos de sacrifícios e rituais envolvendo tarô e tantas outras artes ocultas, eram cochichados em segredo por todas as esferas do séquito real. Lentamente, Annabel de Liz deixava-se inundar numa melancolia perniciosa. Era o seu nono mês de gestação, quando o herdeiro de

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte XI

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O Retorno do Rei sobre a Colina dos Bruxos Agora há que se contar que uma mudança inimaginável vinha ocorrendo na mente do rei Guilherme. Durante a jornada de volta, seus gestos com Annabel tinham assumido uma secura. Ele trocava poucas palavras com seus companheiros. Ao chegar no Castelo dos Reis sobre a Colina dos Bruxos. Guilherme ordenou que Cipião de Valais redigisse um Édito Real convocando todos os alquimistas, astrônomos, e mestres na tradição de todos os reinos conhecidos do mundo, para que eles compartilhassem com ele, todo o seu conhecimento quanto aos segredos do universo. Especialmente, os segredos tangentes às artes mágicas ocultas. Desde a sua chegada, debruçou-se fervorosamente sobre o acervo de livros da Torre dos Cronistas do Reino. Requisitou a presença do ancião Seth e, de seu pupilo Tracius. Estudou atenciosamente todos os imensos tomos de livros da Tradição do reino. Passou a gastar incontáveis horas do dia no estudo das artes ocultas. Com o tempo, o sábi

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte X

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Tenebrae Agora é dito que, Guilherme acompanhou o cavaleiro espectro por entre os caminhos pútridos do terreno pantanoso da Floresta dos Trolls. Viu criaturas mal encaradas e de olhar odioso, fitarem-no. Pôde ver duendes asquerosos, druidas de má fama no seu manuseio das artes ocultas, todos eles, serviçais da feiticeira, criaturas de existência maliciosa. O odor nauseante do gás metano exalando das águas verdes e borbulhantes do pântano, tornava a atmosfera da floresta ainda mais macabra e opressora. A vegetação era retorcida e cheia de uma névoa sobrenatural, emanando dos líquens e lodo. Corvos levantavam voou enquanto emitiam sons pavorosos, sempre anunciando os passos dos visitantes indesejados, como espiões da feiticeira. Ao chegar diante da casa lúgubre da feiticeira, Guilherme foi intimado a descer do seu cavalo Spartacus, o cadáver do rei Hesdra disse: - Contemple o coração das trevas! E tudo de odioso que dele emana! – logo após essa sentença, gritos de lamento, r

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte IX

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A marcha rumo ao Leste As tendas haviam sido montadas no meio da Floresta dos Carvalhos, no sopé das Montanhas do ermo Leste. O acampamento militar com as sua tendas e pavilhões, seguia o padrão de uma expedição militar. Ao centro, uma fogueira havia sido acesa para se preparar as comidas da soldadesca, enquanto sentinelas vistoriavam a área ao redor do acampamento, evitando uma possível invasão. Guilherme, ainda em estado de recuperação. Tinha levado um escudeiro como auxiliar durante a jornada. Tito Lívio, o homem de confiança do rei convalescente, ficara encarregado de comandar os vinte soldados, escolhidos rigorosamente pelo rei, imprimindo a disciplina e a eficiência durante a cavalgada até a Floresta dos Trolls. Desde o dia da expedição de resgate da rainha, até a chegada na Floresta, o agrupamento não tinha enfrentado nenhuma atividade hostil durante a travessia pelos principados de Valais. Cautelosamente, a expedição vinha se deslocando num ritmo lento, em que dois

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte VIII

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O cavaleiro espectro A história conta que, quando o casal já havia chegado ao reino de Guilherme, um batedor da  Guarda do Castelo avisto-os na estrada rumo ao Castelo dos Reis sobre Colina dos Bruxos. Então, o batedor relatou a volta do rei Guilherme junto com uma donzela para o conselheiro Cipião de Valais. Cipião designou um contingente de dez soldados da Guarda Real para receber o rei andarilho com todas as reverências que, constavam no protocolo. Cavaleiros trajando cotas de malha por cima de casacões de um couro grosso, e empunhando estandartes com o brasão do reinado, desenho de um castelo sobre a colina, saudaram solenemente a chegada do rei Guilherme por meio do alarido de fanfarras. O cavalo Spartacus parou de andar no ritmo lento de até então, e deixou o seu dono descer da garupa com Annabel. Respeitosamente, o chefe do agrupamento de soldados falou: - Salve pater patrae! Viemos sob as ordens do Conselheiro Real para recebê-lo, vossa majestade. Então, reve

A Saga de Guilherme, o Príncipe Negro. Parte VII

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Longe das montanhas de gelo O resgate da donzela que, depois se ficou sabendo ser a princesa Annabel de Liz, havia ocorrido após Guilherme, o cavaleiro negro, ter caçado e vencido o terrível Orlum, o Lobo Invernal. Foi desse modo que o rei Grusk, líder dos Gigantes de Gelo abriu mão de seu tesouro mais valioso: a princesa Annabel, mantida como prisioneira pelo rei dos gigantes para que ele contemplasse a sua beleza. A viagem de volta foi silenciosa entre os dois, pois Guilherme era de natureza reservada, assim como a princesa que, mantinha a discrição. Uma vez que, o casal partiu do reino dos gigantes, muitas provações acabaram surgindo. Sair do daquele reino era algo tão árduo quanto chegar nele. No entanto, o cavaleiro negro mostrou toda a sua tenacidade ante as intempéries, forçando todo o se vigor físico, Guilherme empreendeu a jornada de atravessar as tortuosas e traiçoeiras cordilheiras do ermo leste. Galopando por estradas cobertas de um tapete de folhas secas e